EU QUE MORDI A POEIRA
EU MORDI O LÁBIO INFERIOR
OUVI UMA GARGALHADA...
ERA DO MEU ESPELHO E ME DISSE: MORDEU COM O QUÊ?
SÓ SEI QUE MORDI, MAS ME ENGANEI, ERA UM TRAVESSEIRO.
CURVEI-ME PARA TRÁS, PARA EQUILIBRAR OS ÂNGULOS. .
SENTI INVEJA DE INANA ELA FAZ 1 ANO EM 3.600 ANOS.
TUDO A MINHA VOLTA É POEIRA DO QUE FOI
MOVEIS INCLINADOS, VIDAS QUEBRADAS, TRINCADAS, TRUNCADAS.
SOMBRAS DE PEDAÇOS, POEIRA EM TEMPESTADE PELO SOLO DE MEU CHÃO.
NEM RAIO DE SOL ATRAVESSA A TEMPESTADE, NEM DO CHÃO NEM DE MIM.
SE AINDA VEJO IMAGENS BORRADAS,
QUE SEJA UMA TEMPESTADE DE POEIRA EM MINHA ÍRIS.
O QUE EU VEJO, SÓ COM A ÍRIS DA MINHA ALMA, ENXERGO.
CÁ TEM SONS E IMAGENS, EM UM VÍDEO DE CONSTANTES ATUALIZAÇÕES,
E NA MINHA ALMA A PASSAR TODOS OS MOMENTOS,
TODOS MEUS MOMENTOS QUE PASSARAM.
ME QUEDO A ASSISTIR EM GRANDE TELA DE 360 GRAUS, EU EM MIM DE CABELOS LONGOS, BOTAS SALTO ALTO, CALÇAS BOCA DE SINO, CAMISAS QUADRICULADAS, GOLA LEVANTADA.
VEJO O VIOLÃO, A CANÇÃO, O MICROFONE, A LUA, E O SERTÃO.
VEJO DENTES A CAIR NA SACRISTIA DE MEU BATISMO DE IDOSO.
E VEJO A EXTREMA UNÇÃO DE UM CADÁVER VIVO
VIVENDO SEM APRENDER MAIS, SEM VIAJAR MAIS, SEM PASSEAR MAIS.
NADANDO SEM ÁGUA, CAVALGANDO SEM CAVALO, DIRIGINDO SEM AUTO.
ARTICULANDO EM CÂMARA LENTA PARA O EXTERIOR,
O QUE A MENTE DITA VELOZMENTE, DA CABEÇA O INTERIOR.
AMANDO EXTERIORMENTE,
O QUE O CORAÇÃO TRADUZ DA SAUDADE E DOS AMORES.
SEM PODER EXPRIMIR,
SEM PODER ESCREVER,
SEM PODER GRAVAR.
SÓ UMA CARCAÇA JÁ ESTRAGADA,
SEM MAIS UTILIDADE,
AINDA SENDO USADA
PARA VIVER.
EU,
J.Torquato
.
OUVI UMA GARGALHADA...
ERA DO MEU ESPELHO E ME DISSE: MORDEU COM O QUÊ?
SÓ SEI QUE MORDI, MAS ME ENGANEI, ERA UM TRAVESSEIRO.
CURVEI-ME PARA TRÁS, PARA EQUILIBRAR OS ÂNGULOS. .
SENTI INVEJA DE INANA ELA FAZ 1 ANO EM 3.600 ANOS.
TUDO A MINHA VOLTA É POEIRA DO QUE FOI
MOVEIS INCLINADOS, VIDAS QUEBRADAS, TRINCADAS, TRUNCADAS.
SOMBRAS DE PEDAÇOS, POEIRA EM TEMPESTADE PELO SOLO DE MEU CHÃO.
NEM RAIO DE SOL ATRAVESSA A TEMPESTADE, NEM DO CHÃO NEM DE MIM.
SE AINDA VEJO IMAGENS BORRADAS,
QUE SEJA UMA TEMPESTADE DE POEIRA EM MINHA ÍRIS.
O QUE EU VEJO, SÓ COM A ÍRIS DA MINHA ALMA, ENXERGO.
CÁ TEM SONS E IMAGENS, EM UM VÍDEO DE CONSTANTES ATUALIZAÇÕES,
E NA MINHA ALMA A PASSAR TODOS OS MOMENTOS,
TODOS MEUS MOMENTOS QUE PASSARAM.
ME QUEDO A ASSISTIR EM GRANDE TELA DE 360 GRAUS, EU EM MIM DE CABELOS LONGOS, BOTAS SALTO ALTO, CALÇAS BOCA DE SINO, CAMISAS QUADRICULADAS, GOLA LEVANTADA.
VEJO O VIOLÃO, A CANÇÃO, O MICROFONE, A LUA, E O SERTÃO.
VEJO DENTES A CAIR NA SACRISTIA DE MEU BATISMO DE IDOSO.
E VEJO A EXTREMA UNÇÃO DE UM CADÁVER VIVO
VIVENDO SEM APRENDER MAIS, SEM VIAJAR MAIS, SEM PASSEAR MAIS.
NADANDO SEM ÁGUA, CAVALGANDO SEM CAVALO, DIRIGINDO SEM AUTO.
ARTICULANDO EM CÂMARA LENTA PARA O EXTERIOR,
O QUE A MENTE DITA VELOZMENTE, DA CABEÇA O INTERIOR.
AMANDO EXTERIORMENTE,
O QUE O CORAÇÃO TRADUZ DA SAUDADE E DOS AMORES.
SEM PODER EXPRIMIR,
SEM PODER ESCREVER,
SEM PODER GRAVAR.
SÓ UMA CARCAÇA JÁ ESTRAGADA,
SEM MAIS UTILIDADE,
AINDA SENDO USADA
PARA VIVER.
EU,
J.Torquato
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